Aqui apenas um exemplo da vida
rural que é muito parecida em todos os sitios... levantar cedo,
ordenhar as
vacas, levar o produto para
venda na cidade, cuidar da lavoura, dar milho às galinhas, alimentar
os porcos,
apartar os bezerros, fazer
a manutenção de uma cerca, andar a cavalo, dar um mergulho
no rio...ouvir
permanentemente a sinfonia
dos pássaros, com a mãe natureza a regê-la, ouvir
o galo cantar nas madrugadas, vez ou outra ouvir o canto de uma coruja...
e ao longo do dia especialmente de manhãzinha ou a tarde,
já faz muitos anos ouvia-se o lamurioso ranger das rodas de um carro
de boi.
Bem antigamente, década
de 40... era só a lamparina
para alumiar, um rádio "Belmonte" alimentado com uma pilha enorme,
dois postes fincados a suportar
uma antena a sintonizar as emissoras que programavam as primeiras duplas
caipiras, na manhãzinha e no entardecer. As vezes um gramofone
a tocar os velhos discos, após
as audições das emissoras, e que ao final, sempre se
ouvia o nome da gravadora: Casa Edson - Rio
de Janeiro...
Uma vez ao mês um
bailinho na casa de algum sitiante para propiciar os encontros dos jovens
de onde nasciam
os namoros e depois os consequentes
casamentos...O sanfoneiro em cima de uma mesa, para que todos o vissem
e ouvissem, no meio de um salão
improvisado coberto com encerados... puxava o fole até alta
madrugada tocando as "modas" da época. Proibido dar "tábua"
em alguém, falta de educação.
Hoje... já chega a eletricidade,
um poste ao lado da casa, um transformador nele pendurado, uma antena parabólica
ao lado da casa e uma Tv para quebrar todo o encanto da vida socegada...
eletricidade para tudo... já não se tira a água dos
poços através do sarilho... A magia começa a desaparecer...
Então é hora de recordar... |